hidrodinâmica
A hidrodinâmica da sua prancha de surf
A – É responsável pela direção, influência mais durante as manobras. É o ponto de maior contato com a água e onde temos o sistema de quilhas na parte do fundo da prancha.
B – É a conexão de todos os detalhes que se transformam de A até C, determinado o layout ou formato da sua prancha. Esse ponto define o wide point (ponto de largura máxima), a espessura, estabilidade, manobrabilidade, flutuação ligada diretamente a sua remada e estilo e tipo de onda, além de direcionar os movimentos de pé dianteiro.
C – É a parte de menor influência, por ter menos contato com água. Mais utilizado na hora de entrar nas ondas e nas manobras com longboards. Sua função é ser a entrada do fluxo de água. A curvatura do bico da sua prancha chamada de Rocker influencia demais na sua performance.
O termo "shape de prancha" refere-se ao design ou formato geral de uma prancha de surf. O shape é uma das características mais importantes de uma prancha, pois influencia diretamente seu desempenho nas ondas.
Existem vários elementos que compõem o shape de uma prancha, incluindo:
Contorno: O contorno refere-se ao contorno externo da prancha quando vista de cima. Pode ser uma forma mais arredondada (round) ou mais angular (squash, swallow, diamond, entre outras). O contorno afeta a estabilidade, manobrabilidade e velocidade da prancha.
Largura: A largura da prancha é medida na parte mais larga do contorno (wide point). Uma prancha mais larga geralmente oferece mais estabilidade e flutuação, enquanto uma prancha mais estreita pode ser mais ágil e responsiva.
Espessura: A espessura refere-se à medida da prancha na vertical. Pranchas mais espessas tendem a ter mais flutuação e podem ser adequadas para surfistas mais pesados ou condições de ondas mais fracas. Pranchas mais finas podem oferecer maior sensibilidade e desempenho em ondas maiores e mais poderosas.
Rocker: O rocker é a curvatura da prancha, vista de perfil. Ele afeta a capacidade da prancha de se adaptar às curvas da onda. Um rocker mais pronunciado é adequado para ondas íngremes e tubulares, enquanto um rocker mais suave é mais adequado para ondas mais suaves.
Outline: O outline refere-se ao formato da prancha quando vista de perfil. Pode variar de uma prancha mais reta, com linhas paralelas, a uma prancha com curvas mais acentuadas. O outline influencia a manobrabilidade e a capacidade de realizar manobras.
Bottom contour: O bottom contour refere-se à forma da parte inferior da prancha. Pode incluir elementos como flat bottom (fundo plano), single concave (côncavo simples), double concave (côncavo duplo), vee bottom (fundo em "V"), entre outros. O bottom contour afeta a velocidade, a estabilidade e a resposta da prancha.
Esses são apenas alguns dos elementos que podem compor o shape de uma prancha de surf. Nosso Shaper Filipe Affonso tem uma abordagem e estilo único, criando diferentes shapes para atender às necessidades e preferências dos surfistas. É importante selecionar um shape de prancha que seja adequado ao seu nível de habilidade, estilo de surf e às condições das ondas em que você pretende surfar. Filipe não só gosta de desenvolver as pranchas mais também surfa e testa elas no mar.
O Desenho do Shaper FA:
Qual o significado da borda e outline da sua prancha:
Borda: a seguir serão apresentados os tipos de bordas das pranchas e suas repercussões dentro das águas:
Box: trata-se de uma borda mais arredondada, contando com contornos suaves e repercutindo em uma prancha mais macia, sendo adequada para ondas fracas e sem pressão;
Semi-Box: menos arredondada que a borda Box, este tipo de borda permite que a prancha seja macia ao surfista sem ter uma perda de pressão, tornando a retomada das manobras mais eficiente;
Faca: é uma borda mais rude, ou menos arredondada. Este tipo de borda é utilizada por surfistas que desejam velocidade e projeção (preferencialmente em ondas grandes), fornecendo uma alta pressão e precisão nas manobras sem que a prancha desgarre.
Bottom: em síntese, é o fundo da prancha, ou seja, a parte inferior. Pode ser dos seguintes tipos: o Concave: trata-se de um fundo mais côncavo, com o objetivo de canalizar a água. Através deste tipo de bottom, a água será canalizada com uma alta velocidade, sendo utilizado no fundo inteiro ou somente do meio ao final da prancha;
Double Concave: tipo de fundo usado somente na região das quilhas, composto por duas concavidades que ficam uma de cada lado da longarina, possibilitando uma maior velocidade devido à divisão do fluxo de água;
o V-Bottom: é um tipo de fundo em que o centro fica mais elevado em relação às laterais. Este tipo de fundo é muito útil nas viradas da prancha, pois tem a capacidade de dividir igualmente a pressão e costuma ser usado em pranchas com uma maior largura;
RABETAS:
Aprenda a teoria das rabetas de pranchas de surf
A rabeta da prancha de surf pode variar e desempenhar um papel importante no desempenho e nas características de manobra da prancha. Alguns dos tipos de rabeta comuns em pranchas de surf incluem até pelo menos nove tipos diferentes para dar estabilidade e ajudar os surfistas nos movimentos que cada onda pede. Entre as opções mais comuns estão:
Pin: Ideal para as ondas de tamanho e pesadas, mantém a prancha firme e proporciona mais segurança dentro de grandes tubos. Muito controle em alta velocidade.
Round Pin: Possibilita manobras mais limpas e redondas. Geralmente usada por surfistas que buscam diminuir a largura da rabeta de pranchinhas largas, gerando mais estabilidade e manobras mais no critico da onda.
Square: Tem suas pontas mais quebradas, o que a faz perfeita para ondas que quebram verticalmente. Possibilita equilíbrio e mobilidade na parede da onda, mas deixa a desejar em manobras com muita curva.
Swallow: Funciona para qualquer tipo de prancha, e é possível realizar manobras mais ágeis. Desenvolvida para quebrar a linha da manobra mais facilmente e retornar a onda com a mesma facilidade, tendo uma resposta rápida.
Round Swallow: Tem atributos bem semelhantes aos modelos swallow e swallow fish, e dificilmente você distinguirá as três dentro do mar. Proporciona a mesma facilidade em manobras quebradas.
Fish: Também desenvolve-se em qualquer tipo de prancha, só é um pouco mais larga que a Swallow, normalmente usada em modelos biquilhas, largos e pequenos. Igualmente feita para dar agilidade nas manobras e retornos.
Squash: Talvez seja esta a mais popular entre os surfistas, permite alta velocidade para finalizar manobras longas e fortes. Adapta-se ao surf de ondas menores, que exige habilidade de se direcionar sem perder a velocidade.
Round Squash: Sem dúvidas a rabeta mais clássica entre surfistas de todas as idades. Assim como a Squash e a Diamond, é a que melhor representa no surf de ondas pequenas e médias. Boa para todos os tipos de pranchas, sofre adaptações básicas dependendo do tamanho da onda desejada.
Diamond: Trata-se praticamente da mesma ideia da Squash, velocidade, manobras longas e pesadas, em ondas de pequeno a médio tamanho. Diferencia pouca coisa na largura, dando mais segurança nas curvas.
QUILHAS :
A quilha é uma estrutura fundamental em pranchas de surf e outros tipos de pranchas de deslizamento na água. Trata-se de uma lâmina ou aleta que fica presa na parte inferior central da prancha. A quilha desempenha um papel importante na estabilidade, controle e direção da prancha.
Existem diferentes tipos de quilhas, como quilhas fixas, quilhas removíveis e quilhas ajustáveis. As quilhas fixas são permanentemente fixadas na prancha e não podem ser removidas. Já as quilhas removíveis são presas a uma caixa de quilha na prancha, permitindo que sejam removidas e substituídas por quilhas de diferentes formas e tamanhos, de acordo com as preferências do surfista ou as condições das ondas.
A configuração das quilhas, ou seja, o número e a disposição delas na prancha, também pode variar. Por exemplo, as pranchas de surf geralmente possuem três quilhas, conhecidas como "triquilhas". Essa configuração fornece um bom equilíbrio entre estabilidade e manobrabilidade. No entanto, também existem pranchas com uma única quilha central (conhecidas como "monoquilhas") veja nossos exemplos.
Em resumo, a quilha desempenha um papel crucial na performance e manobrabilidade das pranchas de surf e outros equipamentos de deslizamento na água, permitindo ao surfista controlar a direção da prancha e realizar manobras específicas nas ondas.
Fundos e deck de pranchas de surf: A hidrodinâmica aplicada ao surfe
Fundo da prancha:
O bottom é capaz de grandes variações na parte de baixo das pranchas. Os mais usados são os modelos de flat e v-bottom, e além destes dois, vamos falar também dos côncavos e convexos. O fundo da sua prancha é realmente muito importante no desemprenho e na evolução do seu surf.
Concave: Procurado pelos surfistas mais experientes e insanos, que vivem atrás de ondas em alta velocidade. Pode ser aplicado em toda extensão da prancha (full concave, só no meio (concave) ou ainda só na rabeta (tail concave).
Double concave: Ao invés de um, dois pequenos côncavos paralelos, direcionados do meio para a parte de fora da prancha. Pode ser pedido com todos os tipos de fundo, libera a rabeta e a deixa menos direcional.
Flat: Tem o fundo inteiro reto, de ponta a ponta. É considerado o mais normal e o que menos faz diferença na performance da prancha, adaptando-se a qualquer uma pessoa. Proporciona equilíbrio lateral, sustentação e boa flutuação.
V-Bottom: Usado por surfistas mais experientes, na tentativa desacelerar ondas fortes e pesadas. Normalmente usado entre as quilhas, auxilia na troca de borda para borda.
Canaletas: Essas canaletas são cortes ou sulcos rasos feitos no fundo da prancha, geralmente localizados perto das bordas laterais. As canaletas são projetadas para influenciar o fluxo de água ao longo do fundo da prancha, afetando sua performance e características de surf.
Deck:
O deck é a parte em que pisamos no final da prancha e dois modelos são os mais comuns: dommie deck e flat deck. Para diferencia-los você pode se basear no tamanho, dimensões da prancha e pelo design da prancha.
Dommie: É uma boa solução para surfistas mais pesados, devido às longas curvas. Este tipo de deck proporciona menos volume à borda da prancha de surf, o que facilita o movimento, deixando-a sensível e mais flexível, mantendo o mesmo nível de flutuação.
Flat: O deck flat quase que acompanha o desenho da prancha: é mais reto, com volume em direção as bordas. Aconselhável para surfistas mais experientes, com maior domínio sobre a prancha.
Como é feita a sua prancha na fábrica da Sea Club:
Todo mundo adora uma prancha nova. E nada como ir em uma fábrica, conversa com quem entende de prancha e escolher uma prancha perfeita para você, com as suas medidas, o formato de rabeta que você gosta, o bloco de isopor ou poliuretano, a pintura e o polimento que só na Sea Club encontra..
Mas será que você sabe mesmo todas as opções que você pode ter?
Para começar, você precisa entender que existem quatro sistemas de produção mais comuns, são eles:
Sistema convencional:
É a construção mais convencional, utiliza um bloco de Poliuretano (Teccel), revestido por tecido de fibra de vidro importada de 40z ou 6oz, laminado com resina Poliéster. Há vários anos no mercado, este sistema continua sendo o mais utilizado pela maioria dos surfistas em todo mundo. Tem a maior velocidade de produção e pode ser customizado de diferentes formas. Aceita diferentes processos de pintura e acabamento. Comparando com outras tecnologias esta é a que menos resiste a choques, devido as propriedades da resina poliéster que se assemelha a um “vidro”.
Sistema EPS:
EPS é a sigla internacional de Poliestireno Expandido, mais conhecido no Brasil como Isopor. Este bloco de EPS é shapeado no mesmo sistema de uma prancha convencional e depois é revestido por tecido de fibra de vidro com resina Epoxy. Pelas características do EPS, que tem em sua composição mais de 90% do volume preenchido de ar, estas pranchas tem uma maior flutuação em comparação a uma prancha convencional, como também, apresentam leveza e excelente desempenho. A resina epóxy também apresenta maior resistência estrutural, o que rende uma maior durabilidade e maior resistência a choques. Sua manutenção deve ser feita somente com resina Epoxy.
Sistema Sea Club Epoxy:
Consiste na utilização de um bloco convencional PU (Poliuretano) revestido com resina Epoxy. Esta prancha apresenta as características parecidas com uma prancha convencional. Porém a utilização da resina Epoxy na laminação atribui uma maior longevidade e flexibilidade, devido a maior resistência estrutural da resina, se comparada a resina poliéster. Ela possui também maior resistência a choques. Permite a confecção de uma prancha leve, resistente e com melhor flexibilidade.
Sistema 100% Carbono:
Tecnologia que consiste na utilização de um bloco de XPS (Poliestireno Expandido) de alta densidade, com longarina especial ou sem longarina, revestido com tecido 100% carbono importado, com resina Epoxy. Leveza e resistência inigualável é o resultado dessa combinação de materiais. É uma composição que apresenta um excelente custo-benefício tendo em vista a longevidade do material que pode ser até 5 vezes maior do que uma prancha convencional. Esta tecnologia pode ser utilizada em qualquer modelo de prancha. É bastante eficaz em pranchas de Surf, pois sua leveza gera uma melhor performance, como também, facilita na hora do transporte. Sua manutenção deve ser feita somente com resina Epoxy.
Quilhas e encaixes:
Depois de escolher o sistema de produção da sua prancha, você ainda poderá escolher o tipo de sistemas de quilhas que gostaria de colocar. Existem as quilhas fixas, já pouco utilizadas para pranchinhas e as quilhas de encaixe. O encaixe de quilhas FCS (Fin Control System) e Future são dois sistemas populares usados para fixar as quilhas em pranchas de surf. Aqui está uma explicação sobre cada um deles:
FCS (Fin Control System): O sistema FCS é um sistema de encaixe de quilhas removíveis, composto por uma caixa e um conjunto de quilhas. A caixa FCS é fixada na prancha por meio de uma instalação prévia de resina ou inserção no processo de laminação da prancha. Existem diferentes tipos de caixas FCS disponíveis, como FCS II e FCS Fusion. As quilhas FCS, por sua vez, são encaixadas e travadas na caixa FCS, permitindo que sejam facilmente removidas e substituídas conforme necessário. Esse sistema é amplamente utilizado e oferece uma variedade de opções de quilhas disponíveis no mercado.
Future: O sistema Future também é um sistema de encaixe de quilhas removíveis, conhecido por sua construção de uma única peça. Ao contrário do sistema FCS, o Future não usa uma caixa, mas sim uma quilha com uma base especial em forma de aba que é inserida diretamente na prancha. A base da quilha tem uma série de ranhuras onde se encaixa em um conjunto de abas laminadas dentro da prancha. Isso proporciona uma conexão sólida e sem folga entre a quilha e a prancha. O sistema Future é apreciado por sua sensação de resposta direta e pela facilidade de colocação e remoção das quilhas.
Cabe ressaltar que o sistema de encaixe de quilhas FCS e o sistema Future não são compatíveis entre si. As quilhas FCS não se encaixarão no sistema Future e vice-versa. Portanto, é importante verificar o tipo de sistema de encaixe de quilhas que sua prancha possui antes de comprar ou trocar as quilhas.
Ambos os sistemas têm seus adeptos e características únicas. A escolha entre FCS e Future depende das preferências pessoais do surfista, do tipo de prancha e do estilo de surf. Alguns surfistas preferem a versatilidade e opções de quilhas oferecidas pelo sistema FCS, enquanto outros preferem a resposta e o desempenho do sistema Future.
Pintura em prancha – O que é laminação pigmentada?
É a pintura feita na prancha através de pigmentos aplicados durante o processo de laminação (glass) com resina. A diferença da pintura tradicional, onde a tinta é aplicada sobre o bloco de isopor, na laminação pigmentada a tinta vai junto com a resina do glass que é aplicada sobre o tecido de fibra.
Neste tipo de pintura acontecem duas fases de acabamento juntas, a laminação (que dá a rigidez à prancha) e a pintura (que faz parte do acabamento estético).
Na laminação pigmentada as cores da prancha permanecem vivas por mais tempo, entanto demanda de profissionais especializados em laminação e pintura, já que a técnica também trabalha com mistura de cores.
O diferencial da prancha pigmentada está no visual, já que ficam evidentes as camadas de tinta na superposição de cores e as linhas de acabamento apresentam um estilo mais despojado.
E por fim chegamos no acabamento da sua prancha: Fosco ou Brilho?
O acabamento fosco ou brilho em uma prancha de surf refere-se ao tipo de revestimento aplicado na superfície da prancha. Ambos os acabamentos têm suas características distintas. Aqui estão algumas informações sobre cada um deles:
Acabamento fosco (mate): O acabamento fosco é caracterizado por ter uma superfície sem brilho, com uma aparência opaca ou ligeiramente texturizada. Esse tipo de acabamento é obtido aplicando uma camada de resina sem adicionar nenhum agente de brilho (gloss) ou polimento. O acabamento fosco tem algumas vantagens:
Aparência discreta: Muitos surfistas apreciam o visual mais discreto e menos chamativo do acabamento fosco, especialmente em pranchas com designs mais minimalistas.
Menos reflexos: A superfície fosca tende a ter menos reflexos de luz, o que pode ser benéfico em condições de luz solar intensa ou quando há reflexos indesejados durante a sessão de surf.
Resistência a arranhões: O acabamento fosco pode ser mais resistente a arranhões e pequenos impactos do que um acabamento brilhante, pois qualquer desgaste ou imperfeição na superfície tende a ser menos visível.
Aderência: Alguns surfistas relatam que o acabamento fosco pode proporcionar uma aderência levemente melhor na prancha durante manobras, especialmente em situações de pressão nos pés.
Acabamento brilhante (polido): O acabamento brilhante é caracterizado por uma superfície lisa e refletiva, que oferece um aspecto de alto brilho. Esse acabamento é obtido através de polimento e aplicação de uma camada de resina com agentes de brilho, como polidores ou compostos especiais. Algumas vantagens do acabamento brilhante incluem:
Aparência chamativa: O acabamento brilhante proporciona um visual mais reluzente e chamativo, podendo realçar os detalhes e os designs gráficos da prancha.
Facilidade de limpeza: A superfície brilhante tende a ser mais fácil de limpar e remover a cera de surf acumulada.
Menor absorção de água: O acabamento brilhante pode ajudar a reduzir a absorção de água pela prancha, o que pode contribuir para a durabilidade e a longevidade do material.